Oportunidade para combater as alterações climáticas

on sexta-feira, 5 de junho de 2009


Especialista em urbanismo afirmou possível novo acordo global pós-Quioto

2009-05-28

Um especialista em urbanismo acusou hoje os governos de desperdiçarem o que considerou ser a maior oportunidade para combater as alterações climáticas, ou seja, o investimento na eficiência energética e no e no desenvolvimento sustentável das cidades.


"A comunidade internacional falha em perceber que a maior das oportunidades no combate às alterações climáticas passa por alterações a nível das cidades, onde cerca de 80 por cento da energia no mundo é utilizada e onde o equivalente é emitido em emissões de gases com efeito de estufa [GEE]", afirmou Jeb Brugmann um dos redactores da Agenda 21, o Plano de Acção para o Desenvolvimento Sustentável consagrado na Cimeira da Terra de 1992.

Apesar das críticas, o especialista mostrou-se "optimista" que se consiga 'carimbar' um novo acordo global pós-Quioto durante a cimeira de Copenhaga, em Dezembro.

"A boa notícia é que vai ser alcançado um acordo global na conferência de Copenhaga e os Estados vão fazer mais compromissos e disponibilizar mais recursos aos países em desenvolvimento para estes reduzirem as suas emissões poluentes", acrescentou o especialista em urbanismo e desenvolvimento sustentável.

Falando à Lusa à margem da conferência 'Roteiro Local para as Alterações Climáticas: Mobilizar, Planear e Agir', que entre hoje e sexta-feira reúne especialistas nacionais e internacionais, bem como responsáveis autárquicos, para debater o papel dos municípios na luta contra este fenómeno - Jeb Brugmann criticou que o processo internacional para encontrar um acordo pós-Quioto "continue muito focado em reduzir emissões em áreas onde, para fazê-lo, são precisos grandes investimentos que não têm retorno".

"A verdadeira oportunidade para reduzir as emissões de GEE e garantir um retorno são as intervenções nas cidades, na maneira como aquecemos ou arrefecemos os nossos edifícios, nos combustíveis e transportes que utilizamos", frisou o autor do livro "Welcome to The Urban Revolution, How Cities Are Changing the World". Governos ingénuos

"Os nossos governos continuam a ser ingénuos e a não perceber o enorme potencial económico que advém da redução do consumo energético nas cidades, quando já foi provado que estas alterações são viáveis do ponto de vista técnico e económico", acrescentou.

Salientou também que, se os países, num contexto de crise económica, continuarem focados no combate às GEE em áreas onde são precisos grandes investimentos, isto pode levar a que se reconsidere medidas e objectivos traçados: "O meu medo é que exista menos disponibilidade e vontade de investir nessas mesmas áreas", frisou.

Quanto ao papel dos Estados Unidos nas negociações do novo acordo climático, foi peremptório: "Há uma crescente consciência por parte da nova administração Obama e nos próximos anos haverá um forte investimento para aumentar dramaticamente a eficiência energética das cidades", garantiu.

Uma mudança que, segundo Jeb Brugmann "vai chegar tarde demais para a cimeira de Copenhaga".
Data: 05/06/2009

Progressos promissores na luta contra o HIV

on segunda-feira, 1 de junho de 2009




Uma equipa de investigadores descobriu recentemente como reactivar um mecanismo de combate ao HIV presente em vários primatas mas latente nos humanos, o que pode constituir um passo decisivo na luta contra o vírus da SIDA.



A Investigação científica no combate ao vírus da imunodeficiência adquirida ainda não encontrou, até ao momento, uma vacina, apesar das décadas de investimento. Por outro lado, também ainda não existe uma cura para a doença, embora haja tratamento com recurso a medicamentos retro-virais, que não é, no entanto isento de problemas.
Porém, recentemente uma equipa de invest
igação das Universidades da Florida e da Califórnia, liderada por Nitya Venkataraman e Alexander Cole, obteve resultados promissores no campo da protecção contra o HIV, recorrendo à retrociclina, uma proteína da família das defensinas que se provou recentemente inibir a entrada do HIV nas células humanas. Trata-se de uma proteína que, apesar de presente nos macacos do velho mundo não existe no Homem (estando ausente também nos chimpanzés e gorilas). Com efeito, o genoma humano inclui o gene que codifica a retrociclina que, no entanto, apresenta uma mutação do tipo “nonsense” que impede a sua produção.
Os investigadores descobriram um método de corrigir a mutação numa cópia do gene humano da retrociclina e testaram se a protéina resultante funcionava bloqueando a infecção pelo HIV, o que se verificou. Tal sugere que as células humanos têm latente um mecanismo de protecção contra o HIV. O passo seguinte da equipa foi descobrir uma forma de garantir a produção da retrociclina nos humanos fazendo com que a mutação seja ignorada, o que foi conseguido com o recurso a aminoglicósidos. Os autores descobriram que ao tratar células humanas com aminoglicósidos estas produzem retrociclina em níveis suficientemente elevados para inibir a infecção por HIV.Embora sejam necessários muitos mais testes para provar a segurança e eficácia dos aminoglicósidos ou similares na activação da capacidade de lutar contra ao VIH, estes resultados são encorajadores.





Data: 1 de Junho de 2009